Após passar um dia inteiro dando uma de "maria", inspirada pela amiga Dé e pela desorganização instalada no meu lar doce lar, resolvi prestar uma homenagem às minhas queridas e finadas avós.
Durante a árdua missão de faxinar a casa e cuidar do meu filho, me dei conta que essa tarefa nada tem a ver com Maria, nome da minha avó materna, que iniciou sua jornada de mãe nos anos 30.
Como vó Maria conseguiu sair-se tão bem numa época em que não existia quase nada que facilitasse sua vida? Fiquei imaginando como era sua rotina... Em 1948 ela tinha 5 filhos, havia perdido 2, não sabia ler nem escrever, não tinha "posses", o marido trabalhava de sol a sol, e nunca, nunca mesmo, a ouvi reclamar ou mencionar tais dificuldades enquanto viveu. Vó Adélia, a paterna, idem... só que com 9 crianças em casa, tipo escadinha mesmo, um filho por ano!
Que vergonha! Vó Maria e Vó Adélia me dariam um puxão de orelha daqueles se me vissem lamentar o cansaço que sinto depois de desempenhar minhas atividades caseiras, munida de um belo aspirador de pó, com uma babá eletrônica pendurada na cintura, ao som de uma potente máquina de lavar, iluminada pela luz do forno de microondas que prepara minha comida congelada, esperando o ferro a vapor esquentar para deslizar facilmente sobre as roupas do meu bebê, que dorme confortavelmente num quarto preparado só para ele.
Se antes já as admirava incondicionalmente, agora, sem sombra de dúvida, elas passaram para o posto de ÍDOLAS!!!!